Carlos Caldeira em chamas: quando a dor explode nas ruas

Foto: Imagem de reprodução de TV
Na tarde de hoje, a Avenida Carlos Caldeira, na Zona Sul de São Paulo, foi palco de uma manifestação marcada por revolta e urgência. Pneus foram queimados, um carro incendiado, e o trânsito parou. O motivo? A morte de um jovem da comunidade — mais um, em uma longa lista que insiste em crescer diante da indiferença do poder público.
Não houve faixas, nem cartazes. Mas o fogo falou por si.
Quando a dor é ignorada por muito tempo, ela transborda. E foi isso que aconteceu hoje: a comunidade gritou da única forma que ainda parece chamar atenção. Não foi um protesto organizado com palavras suaves — foi um desabafo bruto, urgente, real.

A pergunta que ecoa: até quando?
Até quando a periferia vai precisar incendiar ruas para ser ouvida? Até quando mães vão chorar filhos sem respostas? Até quando a juventude negra e pobre será alvo fácil de um sistema que insiste em olhar para o outro lado?
A manifestação de hoje não é só sobre uma morte.
É sobre a vida inteira de uma população esquecida.